
Em tempos de obscurantismo, um dos fenômenos mais comuns é a negação da ciência. A História mostra que, não raro, a mistura entre fanatismo político-religioso e pura ignorância leva a consequências catastróficas, tais como: guerra, fome, peste e morte. Mas, acalme seu coração! Apesar da alusão escatológica, esse não é mais um entre os textos científico-religiosos, como tantos outros que tem seguido essa péssima moda. (rsss!)
Karl Raimund Popper foi um filósofo que se destacou nos campos da Filosofia da Ciência e da Ciência Política. Na Inglaterra, publicou muitos de seus escritos enquanto desenvolvia sua carreira docente na LSE – London School of Economics. Embora, seja muito conhecido por seu pensamento político (vide o “Paradoxo da Tolerância”) se tornou célebre, também, pelo pensamento sobre a ciência, ideias que impactaram muitos cientistas. Nesse texto, destaco o princípio da falseabilidade, uma de suas construções mais influentes.
Desafiando o pensamento hegemônico de sua época, Popper afirmava que uma proposição científica poderia ser considerada verdadeira ou falsa não a partir de sua verificabilidade, mas sim, por meio de sua falseabilidade (refutabilidade). Segundo Popper, o pensamento científico hegemônico se orientava, previamente, por uma teoria a ser comprovada, dessa forma, se baseava no método indutivo que selecionava os fenômenos a serem investigados e, assim, intentavam comprovar algo que já se supunha.
Divergindo do princípio da verificabilidade, o novo paradigma proposto por Popper, não se utilizava de experiências empíricas que confirmassem uma teoria, mas empreendia uma busca por fatos particulares que refutassem a hipótese. Assim, se intentava provar a veracidade de uma teoria, buscando provas de que ela era falsa e, caso a teoria resistisse à refutação pela experiência, poder-se-ia considerá-la comprovada.
Mas, por que este texto evoca o pensamento de Popper em tempos de obscurantismo?
– Porque o princípio da falseabilidade estabeleceu a crítica de uma teoria como o ponto no qual se é possível considerá-la, ou não, científica. Em outras palavras, quando uma teoria não permite a possibilidade de refutação por meio da experiência, essa teoria deve ser categorizada como mito, não como ciência. Dessa forma, fica facilitada a tarefa de identificação e rechaço dos precários argumentos obscurantistas.
Espero que este singelo texto instigue os leitores a se aprofundar no campo da investigação científica. Afinal, os destinos da humanidade dependem disso!
Faça um comentário